segunda-feira, 18 de outubro de 2010


Hoje eu vou comentar sobre outra mulher importante da história, e até compará-la em alguns momentos à Coco Chanel. Na verdade foi pesquisando sobre Coco que passei a conhecer mais a respeito de Isadora Duncan.
Isadora Duncan foi uma bailarina norte-americana, que viveu no início do século XX. Até citei no post anterior, que Isadora fazia parte do círculo de amizades de Coco Chanel, se realmente foram amigas ou não, não posso afirmar, mas que compartilhavam de idéias revolucionárias para sua época, isso, com certeza!
Isadora iniciou o movimento do balé moderno, com atitudes transgressoras e um espírito livre, pode-se até dizer que virou um símbolo para o feminismo. Como Chanel, sua mente e seu pensamento estavam muito além do seu tempo. Ao romper com o balé clássico, Isadora liberta a dança e as bailarinas dos espartilhos, meias e sapatilhas de ponta, passando a dançar de pés descalços, vestindo apenas coloridas túnicas de seda e véus transparentes, inspirados na indumentária grega, o que causou escândalo entre a conservadora mentalidade da época. Aqui já podemos ver a afinidade de idéias entre Coco e Isadora. Coincidência?!
Os espetáculos eram baseados em improvisações, dando ênfase aos gestos corporais assimétricos. Seus movimentos eram inspirados nos fenômenos na natureza, como o fluir das ondas do mar, do vento, e força das tempestades. Até mesmo com o repertório musical ela inovou, utilizando peças de Chopin e Wagner, que naquela época eram executadas apenas para serem ouvidas. Sem contar a estética do palco, onde ela usava como cenário apenas uma cortina azul de fundo, para realçar a expressividade e a emoção dos bailarinos.
Mas não foi só na dança que Isadora Duncan se mostrou a frente de seu tempo, em relação aos costumes da época também. Dizia-se contrária à instituição do casamento, causando escândalo na sociedade por seus tórridos casos amorosos e por ter gerado dois filhos, um de cada relacionamento diferente. Já mais velha ela vem a se casar, neste momento residindo na Rússia. Em sua biografia ela explica o motivo que a fez aceitar essa convenção: “Uma das melhores coisas realizadas pelo governo dos Sovietes foi a abolição do casamento. Duas pessoas que querem fazer uma vida em comum, deixam seus nomes em um livro onde há impresso logo abaixo a seguinte declaração: ‘Esta assinatura não implica qualquer responsabilidade das partes e pode ser anulada por simples pedido de um dos interessados’. Esta espécie de casamento é a única que pode convir a uma mulher de espírito emancipado, e não foi de outra maneira que eu compreendi e realizei.”
Realmente pensar em Isadora Duncan é pensar em uma mulher transgressora e de coragem, pois ainda após a primeira guerra ela recebe um convite da União Soviética para deixar os estados Unidos, ir para Moscou e montar uma escola de dança. Ela aceitou e sempre que voltava à terra natal fazia comentários em suas entrevistas de como é bom o novo país em que estava residindo. “Não vejo a hora de chegar à União Soviética. Prefiro viver de pão preto e vodca e sentir-me livre, a gozar as delícias da vida americana sabendo-me prisioneira... Na Rússia, temos liberdade. O povo americano ainda não sabe o que é isso...” e também: "Amo a Rússia, porque a Rússia possui tudo o que falta aos Estados Unidos...”
Podemos concluir que realmente Isadora Duncan foi uma das precursoras do feminismo e que ela e Coco Chanel tinham pensamentos e idéias revolucionárias muito semelhantes e que provavelmente mudaram os rumos da história.
Assistam o vídeo abaixo, que na verdade é uma junção de fotos de Isadora (lembrem-se que estamos falando do início do século XX) e depois dessa leitura tirem suas próprias conclusões! :)

Glimpses of Isadora Duncan

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Oi pessoal, hoje o assunto será sobre uma figura ilustre da moda contemporânea, Coco Chanel. Através dessa pesquisa consegui visualizar melhor, pelo contexto histórico e social em que estava inserida, como ela se tornou um fenômeno da moda naquela época e como continua atual ainda para os dias de hoje.


Gabrielle Devolle Chanel ou Coco Chanel, como ficou mundialmente conhecida, nasceu em Saumur, na França, em 1883. Era o final da Era Vitoriana, uma época que tinha como características na moda vestidos de cintura bem marcadas e a utilização das anquinhas, que inicialmente eram feitas de crina de cavalo e posteriormente com armaduras de metal com dobradiças, chamadas de anquinhas científicas. Enquanto o guarda roupa masculino estava ficando cada vez mais prático e sóbrio, demonstrando o papel produtivo do homem na sociedade, o feminino estava cada vez mais cheio de adornos, laços, espartilhos, colocando a mulher no papel de esposa e mãe na sociedade.


A última década do século XIX foi chamada de Belle Époque, onde prevaleceram as formas arredondadas, curvilíneas, orgânicas. A Art Nouveau foi inspiração em diversas áreas, arquitetura, design de móveis e artigos para decoração e inclusive na moda. Em nenhum momento até então havia-se visto cinturas tão afuniladas e espartilhos tão apertados, ao ponto das mulheres se submeterem a cirurgias em que serravam as costelas salientes para poder apertar um pouco mais seus espartilhos. Essa moda ficou conhecida como silhueta ampulheta. Apesar dessa exposição das curvas femininas nenhuma parte do corpo ficava à mostra, às vezes as mãos, quando não estavam com luvas. No final da Belle Époque, já no século XX, surge uma novidade na moda feminina, vinda com a prática de esportes. O vestuário composto por duas peças, masculinizando um pouco o guarda roupa feminino e o fim da ditadura do espartilho com as inovações de Paul Poiret.


Já na Idade Contemporânea, a partir de 1910, grandes mudanças estavam para acontecer com o início da 1ª Guerra Mundial que seriam refletidas no cotidiano e na moda da sociedade européia. Dentro desse contexto histórico surge Coco Chanel já adulta, montando sua primeira loja onde comercializava chapéus muito inovadores para sua época. Por ser amante de um milionário criador de cavalos, Etienne Balsan, Coco consegue grande visibilidade de seus chapéus na alta sociedade. Junto a Etienne teve contato com vestimentas bem diferentes das que estava acostumada, como os trajes de montaria, que ela mesma usava no cotidiano. Essas novidades, somadas ao contexto histórico, é que inspiraram Chanel a romper com os tradicionais vestidos volumosos e desconfortáveis das mulheres e a criar casacos de lã na altura dos quadris, tailleurs em jérsei, casacos ¾ soltos e peças em flanela. Tudo isso era novidade nas primeiras décadas do século XX, com a simplicidade de seus cortes e materiais, pois nas décadas anteriores tudo era muito pomposo e rebuscado. Coco pode ser considerada uma visionária. Durante a 1ª Guerra Mundial toda a Europa sofria com a escasses de materiais para a produção dos tradicionais trajes utilizados na moda até aquele momento, porém Coco já estava utilizando tecidos mais simples e cortes mais retos e ergonômicos nas suas criações.


Foi também noiva do herdeiro inglês do carvão Arthur Capel, que a ajudou a abrir sua segunda loja em Deauville, na época um centro elegante da França. Capel morreu em 1924, vítima de um acidente automobilístico.
Em 1925, Chanel iniciou uma estreita amizade com o duque de Westminster, que a situou no mais alto escalão da aristocracia parisiense. Amiga também do compositor Stravinski, o coreógrafo Diaghilev, a bailarina Isadora Duncan, os artistas Jean Cocteau, Picasso e Salvador Dalí, Chanel esteve sempre ligada às principais correntes artísticas da primeira metade do século 20.
Em 1939, no início da Segunda Guerra, a estilista decidiu fechar suas lojas. Mudou-se para o Hotel Ritz Paris e conheceu o alemão Hans Dincklage, espião nazista,
de quem se tornou amante.
Em 1945, foi para a Suíça, voltando a Paris somente em 1954, ano em que também retornou ao mundo da moda. Sua nova coleção não agradou aos parisienses, mas foi muito aplaudida pelos americanos, que se tornaram seus maiores compradores, inclusive a primeira-dama americana Jackie Kennedy, que popularizou o tailleur Chanel e o colar de pérolas.


Chanel morreu em Paris no dia 10 de janeiro de 1971, aos 87 anos, em sua suíte particular no Hotel Ritz Paris.
Coco Chanel deixou sua marca como uma mulher para frente de seu tempo, com idéias que revolucionariam a moda mundialmente. Introduziu na alta-costura o jérsei, tweed, tecidos xadrez e a moda escocesa, blusas de malha fina, as calças boca-de-sino, que tomou gosto quando esteve em Veneza, as jaquetas curtas e os casacos cruzados na frente e acinturados. Para a noite criou vestidos em negro metálico, vermelho escarlate e bege.
O que chamamos de “pretinho básico” se deve a ela, criado em 1926, a revista Vogue publica uma ilustração com uma nota em que o chamava de “Ford dos vestidos”. Introduziu no mundo da moda também as falsas jóias, bijuterias, pois Coco gostava de usar longos colares de pérolas, muitas vezes imitações. O corte de cabelo curto à la garçonne também foi inovação de Chanel. E o seu famoso perfume Chanel Nº5, que muitos dizem que devido a ele fez a sua fortuna.


O período da 1ª e 2ª Guerra ajudou para que todas essas inovações fossem assimiladas, pois era um momento em que a mulher precisava da emancipação, trabalhar fora, cuidar da casa e dos filhos, isto é, fazer o que já eram suas tarefas e assumir as dos homens que naquele momento estavam no front de batalha. Então realmente já não era viável roupas com tantos excessos e volumes, os tecidos e aviamentos eram escassos, as mulheres precisavam de roupas mais masculinizadas para trabalhar nas fábricas, se locomoverem em bicicletas e já que exerciam as mesmas atividades que os homens porque não poderiam se vestir como eles.


Ainda no início de sua carreira Chanel confrontava a sociedade com essas idéias, circulava em meios públicos trajando modelos masculinos e chapéus com design diferenciados, além de se expor como amante de figuras da alta sociedade e aproveitar dessa situação para crescer profissionalmente.
Chanel foi responsável por grande parte das principais mudanças no vestuário feminino ocorridas no século XX e considerada uma das forças do movimento feminista do começo do século passado, quebrando com vários tabus e preconceitos que ocorriam na moda ou na sociedade daquele tempo. Seu legado ficou como uma moda atemporal, elegante e admirada até os dias de hoje.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Oi pessoal, estou escrevendo este post especialmente para agradecer a todos pelos comentários, retornos e contribuições que tive até agora pelo blog. Fico muito feliz que estejam gostando das matérias que estão sendo abordadas, das fotos, vídeo, textos, etc...
Vou estar sempre tentando postar temas interessantes e variados, claro que sempre puxando um pouquinho mais para o campo da moda, que é a área que mais me realiza, mas nunca esquecendo dos outros campos da arte e da cultura que também muito me interessa.
Aguardem que em breve vem mais novidades!!
Grande beijo :)

domingo, 19 de setembro de 2010

Ao som de Pife.mp4

Gente, este é o vídeo que comentei no post abaixo, com o Celso Ramos tocando pife e o Pedro Lima na percussão, lá no IACS-UFF.
Espero que gostem!!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Oi pessoal, desculpem o grande intervalo sem postar nada, mas aqui as coisas estavam um pouquinho corridas. Hoje o assunto vem lá do Nordeste, mais especificamente Pernambuco. Vocês conhecem o Pife ou Pífano? E o João do Pife? Se não, mas imagino que a maioria conheça, vou apresentá-los aqui para vocês.
Esse assunto surgiu para mim durante uma aula de Conceitos Fundamentais da Ciência das Artes na UFF, onde são apresentados teses do mestrado em forma de seminários. E o dessa semana foi com o Celso Ramos e a tese BAIONTROPÍFANDO, onde ele mistura música, filosofia e antropologia. O título da tese pode ser assim explicado: BAIO - que vem do gênero musical que ele escolheu para a pesquisa, o Baião; ONTRO – que vem da Ontologia e da Antropologia; PÍFANDO – do Pife em ação. Claro, que a tese dele tem muito mais do que estou descrevendo aqui, né? :) Isso foram apenas algumas anotações que peguei em sala da explicação dele, até porque música não é o meu forte, gosto bastante de ouvir, mas não entendo nada de teoria musical, harmonia e todas essas coisas que é preciso saber para entender um pouco a respeito do que é música. Mesmo assim, achei seu trabalho ótimo, diferente de qualquer outro estudo que já vi a respeito de música, acho que talvez por ele abordar a música com uma visão menos impessoal e mais reflexiva dentro de um contexto antropológico e sociológico, mas não à distância como um pesquisador e sim participando dos acontecimentos.
Voltando ao assunto inicial, o Pife é uma flauta feita de uma espécie de bambu, a taboca, possui sete orifícios, um para o sopro e os outros para dedilhar. E o som é sensacional! Gravei um video no fim da aula com o Celso Ramos tocando pife e o Pedro (se não me engano o nome) na percussão, não consegui carregar ele aqui, vou tentar no YouTube e depois posto o endereço aqui, tá?



Normalmente são os próprios tocadores de pife que confeccionam esse instrumento que parece ter vindo de origem indígena. E o João do Pife é um dos grandes nomes dos tocadores de pife, ele fez sua carreira vendendo e tocando pife na Feira de Caruaru.



E como comentou Celso Ramos, tocar pife não é só um momento de lazer, para aqueles que estão inseridos nessa cultura o pife tem um significado muito maior, ele é tocado em festas, procissões, velórios, sem contar que é a forma de sustendo de muitos. O pife, ao mesmo tempo que é tão simples em sua confecção e material, é tão significativo e rico de culturas e tradições.
Parece um reflexo do povo nordestino, tão simples e ao mesmo tempo tão complexo por suas riquezas culturais. Essa diversidade cultural que temos no nordeste é oriunda da mistura que houve entre os índios que lá já estavam, os europeus que colonizaram a região e os negros que foram levados para lá como escravos. E foi dessa mistura de costumes e tradições que temos hoje essa riqueza cultural nordestina na música, na gastronomia, nas festas, na literatura, nas artes plásticas e posso até dizer na moda.
As grandes empresas do ramo têxtil e estilistas já fazem do nordeste seu caderno de inspirações, é o nordeste lançando tendências! A riqueza nas cores, a peculiaridade das pinturas e esculturas retratando o cotidiano do povo, os trabalhos artesanais em crochê, macramê e palha, entre tantas outras formas que caracterizam muito bem a cultura desse povo. Uma dessas empresas que vai ter como conceito elementos do nordeste, mais especificamente Pernambuco, é a Endutex Brasil: Primavera/Verão 2011 “Maracatu – Um festejo de Brasil”. Ela aposta nas obras em xilogravuras criadas exclusivamente para essa campanha por J.Borges. O que levará para o mundo toda essa brasilidade regionalista, que precisamos concordar, é maravilhosa!


Imagem retirada do blog de Bruno Souto Maior.

E para finalizar, o João do Pife e a Banda Dois Irmãos vão estar se apresentando aqui no RJ, no Teatro Arena, nos dias 24 e 25/09. Quem quiser maiores informações: http://www.overmundo.com.br/agenda/eu-toco-pife-na-caixa-cultural-do-rj
Vale a pena conferir!

Eu sei que tem muito mais a falar da riqueza nordestina, do pife, do João do Pife, do Carlos Malta e o Pife Muderno, da moda nordestina, da tese do mestrado do Celso Ramos, entre outros, mas hoje vou ficando por aqui! Espero que tenham gostado do assunto abordado e se quiserem podem comentar e criticar a respeito, assim posso saber um pouquinho mais a respeito de vocês leitores! :)

Grande bj e uma ótima semana a todos!

Fontes pesquisadas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_da_regi%C3%A3o_Nordeste_do_Brasil http://www.acervoorigens.com/2009/03/joao-do-pife.html http://www.triunfob.com/2009/04/toques-do-maestro.html http://brunosoutomaior.blogspot.com/2010/04/cultura-pernambucana-ganha-o-brasil-na.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Cultura_de_Pernambuco http://www.overmundo.com.br/agenda/eu-toco-pife-na-caixa-cultural-do-rj http://www.pifercussao.blogspot.com/

domingo, 29 de agosto de 2010

Hoje vou postar aqui uma curiosidade bem bacana que vi no site do G1. É uma moda que está pegando em diversos países, grafitar com tricô!! É isso mesmo, surgiu um movimento a três anos em Houston, no Texas, chamado de Yarn Bombing (Borbadeio de Novelos). A iniciativa veio com a americana Magda Sayeg, que cobriu o trinco da porta da sua loja com tricô o que chamou a atenção do público, com isso criou o grupo KnittaPlease. Esse grupo passou a cobrir estruturas públicas pelas ruas com tricô, mas o projeto mais ousado foi cobrir um ônibus com tricô. Dêem uma olhada na foto abaixo, pode?!!


Foto:KnittaPlease/BBC

O movimento já se espalhou por países como Holanda, Suécia, Finlândia, Canadá, China, Austrália e Grã-Bretanha. Quanta criatividade!
Quem tiver mais interesse é só acessar: http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL975082-7084,00-GRAFITAR+COM+TRICO+VIRA+MANIA+EM+DIVERSOS+PAISES.html

O grafite (do italiano graffiti) está se expandindo cada vez mais como uma das manifestações artísticas mais criativas que já vi. Podemos ver a sua evolução e propagação não só no mundo das artes visuais, mas também em vários outros segmentos, como na moda e design de interiores por exemplo. Se voltarmos lá no ano de 1968 vemos o grafite como forma de contestação por parte dos estudantes. Conforme já comentei no primeiro post, começou em pichações nos muros da cidade de Paris, com frases poéticas de rebeldia, outras nem tanto.
Jean-Michel Basquiat foi o “pichador” mais célebre da contracultura de 1968, que após alguns anos foi considerado como neo-expressionista e teve suas obras expostas em New York e em muitos outros países.
Aqui no Brasil hoje, acho que os mais expressivos do grafite como arte são Os Gêmeos, que têm suas obras mundialmente reconhecidas e um traço único, que quando você passa em São Paulo, por exemplo, e vê um grafite deles pelas ruas é inconfundível.
Na moda o grafite foi muito difundido na estamparia, claro que o segmento que mais o divulga é o street wear, que na verdade não trabalha só com a forma de grafite como estamparia, mas também nas formas e modelagem. E aí vou citar um movimento que é o do hip hop, caracterizado por formas amplas, calças muito largas, camisetas XXG, bonés, etc, e estampas em formas similares aquelas pichações dos muros mesmo, com aquelas letras grandes características e cores fortes. Há também o grafite mais “romântico” com aqueles bichinhos fofinhos e bonequinhos com grandes olhos remetendo aos desenhos japoneses, como a linha que segue a artista Nina Pandolfo. E há muitas outras vertentes dessa forma de arte que é o grafite, depende de quais são as inspirações do artista.


Foto:http://artistasdofreestyle.blogspot.com/


Grafite: Nina Pandolfo
Foto:http://www.rodadamoda.com/

Mas não é só no street wear que a gente vê essas referências, há outros segmentos que se inspiram na street art para desenvolver suas coleções e estamparias. Observando bem a gente vê por aí marcas que não tem nada a ver com nenhum desses movimentos que citei acima, mas que tem como referência o grafite ou alguma outra forma de street art para desenvolver uma ou outra coleção e é essa mistura de estilos e formas sem preconceitos, que deixa a moda mais criativa e versátil a cada estação.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Olá queridos, vou aproveitar esse clima de inverno sulista que se fez presente em nossa cidade neste fim de semana (ah, que saudade da minha terrinha!!) para escrever um pouquinho sobre tricô.
O tricô é uma peça que não pode faltar no guarda-roupa de inverno ou mesmo de verão, parece estranho? Não, o tricô não precisa ser só aquele com lã grossa e super quente, pode ser aquela malha fininha, que em um fim de tarde quando bate aquele ventinho ou diminui um pouquinho a temperatura vem a calhar. Hoje em dia a variedade de lãs é imensa, temos lã de origem animal, oriunda da tosa das ovelhas e também de lhamas, temos a de origem vegetal, algodão e a artificial, poliéster e acrílico, entre outras. Sem contar as variações que podem ser feitas misturando essas fibras, podendo deixar o tricô bem versátil.
Alguns estudiosos dizem que o tricô surgiu no Egito Antigo. O entrelaçamento das fibras era feito com ossos e madeiras que se assemelhavam ao que hoje conhecemos como agulhas e os faraós tinham essas malhas como um privilégio.
Mas foram os belgas que popularizaram essa técnica, introduzindo o tricô na Inglaterra, que logo transformaram as malhas rústicas em peças sofisticadas e elegantes. Com o tempo também foram criando peças do cotidiano, como meias grossas usadas pelos homens no trabalho do campo. Ao longo do tempo foram sendo inventados vários instrumentos e técnicas para facilitar e agilizar o trabalho de tricotar, até que em 1589, na Inglaterra, Willian Lee inventou a primeira máquina de tecer, que produzia malha para fazer meias. Com essa inovação, homens e mulheres começaram a trabalhar juntos no fabrico do tricô, os homens operavam as máquinas e as mulheres cuidavam de enrolar as malhas e fazer os acabamentos. Já no século XIX, com o início das guerras as mulheres assumiram as máquinas e toda a produção para preparar malhas para os soldados, chamadas de Balaclava que acabou virando moda. Na década de 1950, os cardigãs de tricô vieram com tudo, acompanhados das saias rodadas e meias soquetes, fazendo o estilo college. Mas foi no final dos anos 60 que o tricô se popularizou definitiva e firmemente no mercado da moda, ocorrendo nos anos 70 um retorno ao tricô artesanal, com pontos grossos, que indicava um estilo de vida mais ligado ao natural.
Tudo isso se reflete ainda hoje nas tendências seguidas pelos estilistas de todo o mundo, pois qual a coleção de inverno que não tem pelo menos uma pecinha em tricô? É difícil, pois cada vez mais vemos inovações com essa trama, tanto com as fibras utilizadas, quanto com a modelagem, além de ser uma peça que remete conforto e praticidade sem deixar de lado a elegância e a sofisticação.
Reforçando o que escrevi acima, aqui vai uma nota que tirei do site da Revista Manequim:

“Em toda coleção de inverno 2010 pelo menos uma peça de tricô foi aposta de estilistas brasileiros e internacionais. Alguns até criaram coleção especial dos mais variáveis modelos de vestido de luxo misturados com fios lurex ao invés das tradicional trama mais grossa, como foi o caso da marca mineira Coven, que mixou o tricô com franjas desfiadas, placas de metal e paetês. O resultado foi usado em suéteres, saias e vestidos assimétricos para festa. Para completar o charme, algumas meias foram enfeitadas com fitas de cetim e o cachecol ganhou franjas coloridas.”

Para o inverno 2010 trabalhei apenas com peças em tricô, aproveitando algumas tendências daquela coleção que postei anteriormente. Foram pequenas peças, como golinhas, pelerines, coletes e boleros. Procurei lãs e fios com texturas diferentes, que rendessem malhas diferenciadas, algumas coisas funcionaram bem, outras nem tanto. Mas sempre gosto de trabalhar com tricô e com crochê também, apesar de não saber manusear as agulhas de tricô, me satisfaço vendo que cada peça tem a sua peculiaridade, nunca saem iguais quando feitas à mão e quando vou escolher as lãs é uma delícia, tantas cores, texturas e tipos diferentes. Abaixo vou postar as fotos de algumas dessas peças, se tiverem interesse é só entrar em contato comigo, são todas peças únicas e algumas ainda tenho disponível.
As duas primeiras fotos são das minhas irmãs na França, em Paris, usando dois modelos das minhas golinhas.









Fontes: BRAGA, João. História da Moda, uma narrativa.
manequim.abril.com.br
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